Eu ainda me questiono se é o certo voltar a trabalhar e dividir com outras pessoas a responsabilidade de cuidar do meu filho. E nesse caso o MEU é bem carregado de posse, carregado daquele ciuminho e de medo do Meu filho gostar mais de outras pessoas do que de mim (sentimento que já passou, coisa de mãe de primeira viagem).Financeiramente eu não tinha muitas escolhas e emocionalmente eu não estava nem um pouco preparada para essa separação. Eu tinha o desejo de acompanhar tudo de pertinho e estar 9 horas longe dele não me permitiria isso.
Não vou entrar em detalhes de como foi o meu processo de retorno ao trabalho (quem sabe nos próximos posts), mas hoje eu vejo que da mesma forma que eu perco algumas evoluções eu ganho em outros sentidos. Eu posso não ver como ele reage quando come alguma coisa pela primeira vez, mas vejo a alegria estampada em seu rosto toda vez que ele me vê chegando.
Eu posso não estar perto para ensina-lo a falar as primeiras palavras, mas vibro com casa frase que conseguimos decifrar o que significa. Escutar ele dizendo mamãe ahh isso não tem preço.
Eu passei a entender que estabelecer uma rotina para ele é muito importante e que ele gosta disso, porém ela só funciona de segunda a sexta porque nos finais de semana ele quebra todas as regras para poder ficar mais pertinho de mim, isso inclui brigar incansavelmente com o sono.
Eu sinto que ele abusa e testa a minha paciência porque ele já entendeu que eu sempre dou um descontinho nas horas das broncas, sempre levando em conta que eu passo muito tempo longe dele para ficar chamando sua atenção a todo segundo. Gente porque é impressionante a capacidade dele de querer fazer tudo o que não pode.
Eu permito que ele me de um baile na hora de troca-lo, porque sempre acho engraçado ele querer fugir mesmo sabendo que eu estou agindo errado. Eu penso: quantas vezes eu troco ele por dia?
No começo o meu desespero em saber se ele estava bem era maior, eu ligava todos os dias para saber o quanto que tinha mamado, se tinha feito coco, se tinha dormindo.. enfim queria saber de tudo. Atualmente eu só ligo de vez em quando, ligo nos dias que eu sei que ele estava manhoso ou quando da aquele aperto no coração. O Miguel se adaptou muito bem a nova rotina e ele fica na casa dos avós que o mimam a vontade, então eu sei que ele está em boas mãos. Isso fez com que a minha preocupação ficasse em um nível moderado.
Estar longe dele faz com que a minha saudade aumente, faz com que eu preste atenção nos detalhes, me faz enxergar a importância de dar mais um beijo, de dar mais um abraço, de deixar ele ficar um pouco mais no meu colo, de deixar ele se agarrar nas minhas pernas. Estar longe dele me faz entender que todas as regras tem exceção, tem dias que ele não quer comer na cadeirinha outros que ele não quer comer e isso não é o fim do mundo. No dia seguinte tudo volta ao normal.Embora, estar longe dele me deixa uma mãe mole. Tenho consciência disso.
Estar longe dele também me permitiu perceber que eu preciso de ajuda, que sozinha eu não dou conta do recado. Eu preciso de vez em quando tomar um banho demorado, preciso dormir mais meia horinha, preciso fazer uma refeição sossegada e isso não me torna menos mãe.
Portanto para mim o que realmente importa é ser MÃE do Miguel quando estou com ele. Cuido, mimo, protejo, alimento, dou banho, broncas..... enfim desempenho o meu papel dando o meu melhor.
E qual é a visão de vocês???
